Ah, pois... ela passa bem, manda lembranças a todos, mas parece que não vai ser para já...
A reforma ortográfica da língua portuguesa, prevista para vigorar a partir de 2008, pode ter sua aplicação adiada em dez anos. Não há pronunciamento oficial do governo português, apenas um artigo da ministra da Cultura de Portugal, Isabel Pires de Lima, afirmando que, caso a lei passe a vigorar em uma década, o mercado editorial poderá se preparar com mais conforto ao novo cenário. Para entrar em vigor em Portugal, a reforma ortográfica deveria passar por duas instâncias: o Conselho de Ministros e a Assembléia da República. O governo português ainda não fez nenhum pronunciamento oficial a respeito das mudanças.
A reforma pretende unificar as regras ortográficas para os cerca de 210 milhões de falantes do idioma. Ela foi proposta em 1990, mas era necessário que ao menos três países de língua portuguesa ratificassem seus termos, o que ocorreu somente em 2006. O Congresso brasileiro aprovou as mudanças em 1995.
O governo do Brasil também não estipulou prazo para a instauração das alterações na ortografia. Ainda assim, o ministro da Educação, Fernando Haddad, tem afirmado que o acordo já pode entrar em vigor, pois, o Itamaraty "está centralizando as negociações com o governo português".
Enquanto Portugal quer adiar a reforma ortográfica por dez anos, leio que as licitações públicas para os livros didáticos brasileiros para 2009 exigem que os mesmos sejam publicados seguindo as novas regras.
De acordo com o gramático Evanildo Bechara, da Academia Brasileira de Letras, que está à frente das negociações, sem a ratificação de Portugal, dificilmente o acordo pode vigorar, pois “os países africanos, de modo geral, seguem o que Portugal definir”. Bechara diz que o Brasil deu o primeiro passo, mas Portugal ainda não sinalizou mudanças. "Em 1990, Portugal aceitou abolir as consoantes mudas. Agora que o Brasil cedeu muito mais, Portugal está dizendo que quer que a reforma entre em vigor a dez anos", afirma.
A Academia Brasileira de Letras defende com ardor a mudança, e Bechara diz que, se Portugal mantiver a intenção de fazer a reforma daqui a dez anos, não vale a pena o Brasil insistir: “Daqui a dez anos, não sabemos se o governo de Portugal vai honrar essa promessa”.
"Desacordo ortográfico" seria o nome mais adequado para a situação toda...
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Descobri o blog por acidente... e estou a gostar de ler. Parabéns!
Posted by: Gonçalo Figueiredo Augusto | 09/20/2007 at 19:20