Foi um dos melhores aniversários da minha vida. Um dia preguiçoso, sem trabalho, onde eu só fiz o que tive vontade de fazer. Fomos comprar flores para os vasos do pátio. Tirei uma soneca depois do almoço (!!!). Ganhei um chá de frutas alemão ma-ra-vi-lho-so de um amigo, acompanhado de um DVD e bebi uma xícara à tarde, sentada no sofá da sala, vendo os veleiros da escolinha de vela passarem para lá e para cá. A noite terminou com pizza e champagne (risos). Já estou até vendo os puristas se retorcerem na cadeira. Eu sei que é uma combinação incomum, mas estava delicioso.
Eu não posso dizer que estou morta de felicidade por ter completado 45 anos. Mas também não estou deprimida. O número em si não me incomoda em nada. O que eu detesto mesmo é precisar de óculos de leitura agora. No mais, há uma certa paz de espírito que eu acho muito confortável. Quando lembro de novembro de 2004, quando a situação da minha vida não podia ser mais parecida com viver um pesadelo com os olhos abertos, reconheço que a Roda da Fortuna girou, virando tudo de ponta cabeça e a vida começou uma nova fase de tranquilidade. Não tenho como exprimir em palavras o alívio que sinto com isso.
Planos? Vários. Mas, no momento, minha única preocupação é tratar da saúde que foi completamente negligenciada e agora os efeitos tardios de um ano para lá de esmagador se fazem sentir com certa gravidade. É hora de cuidar de mim. Não sei bem como, mas vou dar um jeito.
Mas, acima de tudo, sou imensamente grata ao Universo. E me sinto completamente abençoada por ter chegado aos 45 ao lado de um homem a quem amo mais do que tudo nesta vida, com a Teresa ronronando no meu colo e cercada por amigos reais e virtuais que sempre me fazem sorrir e aquecem meu coração.