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Comments

Julia

Muito bom esse livro.
Bjs
Julia

Ana Carolina Pereira

Também gostei do livro e fiquei intrigada com o hermafroditismo de Dom Sebastião. Aguardo ansiosa por esclarecimentos.
Bjs
Ana Carolina

Luís Bonifácio

Tretas!!!
D. Sebastião não era ua pessoa muito capaz, mas serhemafrodita é apenas uma maneira de "vender".

Maura

Foi exatamente o que eu pensei Luis, ao ler o trecho do livro que fala sobre isso. Acho também muito estranho não encontrar nenhuma referência na Internet sobre o assunto.

Mas, continua o pedido, se algum leitor português souber algo sobre o tema, por favor escreva.

Filipe Alves

É possível que sim, e isso explicaria certos comportamentos...

Joao

Filho e irmão de historiadores, nunca ouvi falar de tal coisa. Que D. Sebastião era uma mente torcida, que era fortemente influenciável, nomeadamente pela padralhada, que, como adolescente, se desvairava em sonhos de grandeza cavalheiresca, tudo isso é certo. Nomeadamente que não se interessaria muito por mulheres (o que não singifica, necessariamente que fosse homosexual, mas ser hemafrodita, nunca ouvi falar.
Creio que subsiste actualmente um problema: depois do ciclo milenar e da entrada da Era do Aquário, estão de moda os romances históricos; que para dar credibilidade a esses romances se mistura factos e ficção, mas o que é grave, mostrando essa ficção como factos históricos. Que na ânsia de se ganhar mercados se explora os factos ou ficções mais sórdidas, sem qualquer preocupação de veracidade dos factos. E a malta vai atrás disso...

BFB

E a Catarina Eufémia era transexual e viciada em cocaína. Melhor do que um historiador de fim-de-semana, só o hobby da medicina. Género: "deixe lá ver se eu consigo tirar-lhe um rim conforme ensinavam na farinha Amparo".

Maura

Convém salientar que há Romances Históricos e há "romances históricos". Uma série excelente, publicada pela Bertrand Brasil, é a "Os reis malditos", de Maurice Druon, premiadíssima e que é um primor no gênero.

Agora, acho lamentável, que uma editora publique um livro no Brasil, sobre um personagem histórico de Portugal, onde o autor dá-se ao luxo de inventar uma característica física séria como um hermafroditismo, sem base histórica alguma.

sebastião

Já ouvi várias versões mas essa não conhecia. É mais uma pista a seguir.

@zul

Muito se tem escrito porque razão D.Sebastião nunca quis casar e não deixou descendência.
Uns historiadores afirmam que El-Rei era estéril, outros afirmam que era homosexual.
Outros, ainda, defendem que o seu temperamento instável e a sua religiosidade era fruto da educação dada por seus Avós.
Poucos mencionam que o Rei era hermafrodita, mas a tese de A. Roriz não é original.

toix

Entretanto há um tal Sebastião que lhe segue a pista, pois parece que ele não morreu na batalha e se perdeu em Marrocos...

Sebastianus

Uma coisa é o Rei sofrer de ginecomastia e outra, bem diferente, é aventar a hipótese de hermafroditismo, a qual não tem qualquer fundamento. Quanto à alegada homossexualidade de D. Sebastião, tão em voga nesta época, foi propagada na altura pelos seus inimigos. O Rei teve várias paixões, e todas elas do sexo feminino, entre elas D. Juliana de Lencastre (da qual se diz ter tido um filho), formosa filha do duque de Aveiro, e a muito jovem Infanta Isabella Clara Eugénia, filha de seu tio e arqui-inimigo Filipe II de Espanha.

Para terminar, nem o rei morreu na batalha (embora saísse dela muito ferido) nem andou a errar por Marrocos. Regressou a Portugal, ficando em convalescença no forte do Beliche, em Sagres, por longos meses, para depois andar por um Portugal ocupado, sempre fugido, sempre acossado, tentando reunir súbditos e apoios, passando por Itália, França, Etiópia, Países Baixos, para regressar a Portugal, onde se encontrou, creio que em 1626, com o Duque de Bragança, D. Teodósio, pai do futuro D. João IV.

Morreu provavelmente em França, em Limoges, no ano de 1633. Os seus ossos, descobertos no século XIX, foram destruídos com o túmulo, para dar lugar a mais uma fábrica de porcelana.

santosga

Parece-me que o Sebastianus fez um estudo muito interessante do mito do D.Sebastião. Gostaria que me dissesse quais são as suas fontes, porque o assunto interessa a todos os portugueses.

Só não consigo perceber é o porquê de tantas certezas absolutas, onde todos os historiadores têm dúvidas. Começando pela batalha de Alcácer Quibir. Onde estão essas provas de que ele sobreviveu, que aparentemente todos desconhecem, menos o Sebastianus?

Quanto ao hermafroditsmo e à homossexualidade ou não, não vejo motivo para melindre. A História deve ser a procura da verdade, qualquer que ela seja. Só gostaria era também de saber no que o historiador se baseia para tirar essas conclusões.

santosga

E para quem se melindra com as possíveis sexualidades alternativas de D.Sebastião:

- D.Pedro I (o da Inês de Castro) seria bissexual. Este é praticamente um consenso.

- D.Pedro IV (D.Pedro I do Brasil) era bissexual. Facto histórico pacificamente aceite em Portugal e no Brasil.

Se isto ofende os brios moralistas de alguns, queixem-se aos próprios D.Pedros...

Sebastianus

Não tencionava expressar qualquer melindre com as possíveis e alegadas sexualidades de D. Sebastião, mas tão somente esclarecer alguns pontos acerca de uma possível difamação por motivos políticos de então e de agora) do Rei.

Certezs absolutas não existem, mas também tendo mais a crer numa lógica histórica baseada em diversas fontes, do que em consensos. Desconfio sempre destes, preferindo «relatórios minoritários», os quais a experiência me mostrou serem muitas vezes os mais fidedignos.

Quanto a fontes, são inúmeras, mas terei todo o prazer em indicar algumas menos dispersas (muitas são cartas e documentos dos séculos XVI e XVII aos quais -ou às suas cópias - tive acesso). Aqui vão algumas:

- «Discurso da Vida do Rey Dom Sebastiam» de D. João de Castro - edição fac-similada da de Paris de 1603. Edições Inapa

- «D. Sebastião e Alcácer-Quibir» de Francisco Sales Loureiro. Alfa 1989

- «D. Sebastião Antes e Depois de Alcácer-Quibir» de Francisco Sales Loureiro. Vega, 1978

- «Donas de Tempos Idos» do Conde de Sabugosa. Livraria Ferreira, Lisboa, 1912 (capítulo «El-Rey D. Sebastião e as Mulheres».

E muitos mais que, ao sabor do tempo disponível, colocarei aqui, se o desejarem.

A respeito do livro do Conde de Sabugosa, no que se refere ao tema deste «thread», é curiosa uma passagem, em que o embaixador de França em Portugal, escrevendo a Catarina de Médicis sobre as qualidades fisiológicas de D. Sebastião (havia ensejo de o casar com Margarida de Valois, filha de CAtarina), referia que «iceulx docteurs néamoins dissent qu'il est bien habille pour avoirs enfants».
Já Filipe II, para se inteirar do mesmo (D. Sebastião havia-lhe pedido a mão de sua filha, a Infanta Isabela Clara Eugenia), envia a Lisboa o seu médico, o Dr. Almazan, que relata a Filipe ser o rei português «muito bem dotado».

Quanto à morte do Rei na batalha, só um relato conhecido a refere, mencionado na «Jornada Del-Rei D. Sebastião às Partes de África e Crónica de D. Henrique», Imprensa Nacional, 1978, colocando, mesmo assim, sérias dúvidas.

Uma crónica de Frei Bernardo da Cruz, capelão-mor da Armada, relata que «Luís de Brito (...) viu El-Rey ir um pedaço desviado, já sem haver mouro algum que o seguisse, nem aparecerem outros diante, que tão prestes o pudessem encontrar, para lhe impedir o caminho que levava, que era mui distante do lugar aonde depois diziam que o acharam morto».

Quanto à chegada do Rei a Sagres, posso, entre outros, citar parte do Relato de Barbosa Machado:

«Tanto que chegou a Armada correu voz de que El-Rei era vivo, e tanto prevaleceu este rumor que obrigou o Cardeal D. Henrique a mandar Manuel Antunes, seu criado, para que indo à vila de Sagres se certificasse daquela notícia vaga, onde fazendo um instrumento de testemunhas, de que foram os principais o Guardião, e mais religiosos do Convento da Província da Piedade, em que assertivamente depuseram ter estado naquele convento El-Rei D. Sebastião, depois da batalha, com uma ferida na cabeça, o entregou ao Cardeal.»

Saudações

Ana Emilia B. D. gomide

Adorei o livro!Me ajudou a entender sobre hermafroditismo.
bjs Ana Emilia

Filipe Alves

Ja ouvi falar disso, mas pessoalmente não acredito muito... acho que ele era simplesmente um indivíduo assexuado, com muitos problemas na relação com as mulheres. Parabéns pelo blog!

O próprio Dom sebastião

Sim, é verdade eu era hermafrodita.. a proposito alguem sabe se aki no Céu ha ADSL 16megas?

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