Semana catastrófica em Portugal. Começou com terremoto, continuou com incêndios gigantescos nas matas acompanhados pela maior onda de calor desta década e termina com o nível de ozônio acima do normal em Lisboa e arredores.
29 de julho – A Terra Treme
Um sismo com magnitude de 5.4 na escala Richter foi hoje sentido às 06:31 em Lisboa, Alentejo e Algarve, disse à Agência Lusa fonte do Departamento de Sismologia do Instituto de Meteorologia (IM) de Portugal.
O abalo, que não provocou vítimas, teve o «epicentro localizado a cerca de 155 quilómetros a sudoeste do Cabo de S.Vicente, que é uma zona sísmica», acrescentou a fonte do IM.
Em algumas localidades, a intensidade do tremor de terra atingiu os 4.5 graus na escala de Mercalli modificada, segundo os técnicos.
Este foi o segundo abalo telúrico (sempre lembro da Baby Consuelo quando leio essa palavra) sentido em Portugal desde o início da semana, depois de domingo à noite a zona de Miranda do Douro ter sido sacudida por um sismo de magnitude 3.5 na escala de Richter, igualmente sem vítimas nem danos.
Eu não senti nada. Dormia como um bebê. Ainda bem. Não sei se estou preparada para um terremoto.
Incêndios nas matas.
Portugal inteiro está em chamas. São 20 grandes incêndios ativos. O governo declarou que esta é "uma das piores situações de catástrofe dos últimos vinte anos". O fogo já destruiu várias centenas de hectares de mato e floresta em parques naturais e arredores de municípios. Portugal pediu ajuda a outros países europeus porque não tem mais como combater o fogo. Estradas nacionais estão interrompidas por causa dos incêndios. A Itália manda hoje (sábado) dois aviões. Espanha não tem como ajudar porque também está parcialmente em chamas.
Nas pequenas aldeias os idosos recusam-se a sair das casas e “oferecê-las” ao fogo, aumentando os problemas dos bombeiros. Muitos propõem-se a defender pessoalmente os seus próprios bens. Abaixo, trechos extraídos de matéria no jornal.
"A minha casa é esta. Foi aqui, ao lado dos meus pais, que Deus tenha, que nasci e se o fogo vier então também fico por aqui", justificou Guilhermino Sousa, um dos muitos idosos que regavam os quintais e as paredes de casas, de costas para a caminhada triunfante das chamas que, só em último caso, era interrompida pela actuação dos bombeiros.
"Se a minha casa se for, então eu vou com ela", afirmou, por seu turno, José Martins, um agricultor reformado que não aceita perder todos os seus bens por causa de um fogo.
"Isto deu-me muito trabalho para ir como um fósforo", disse, enquanto cavava uma vala em torno do quintal, a menos de um quilómetro de uma frente de fogo em Milreu, Vila de Rei, que nesta quarta-feira foi totalmente cercada pelas chamas e está sem luz, água e telefone.
Ozônio
Hoje o ar em Lisboa era de má qualidade. Coisas do Ozônio. Ou, como dizem aqui, “do Ozono.”
O Ozônio é uma espécie de colesterol. Há o bom e há o mau, segundo explica o jornal.
Ozônio acima do nível em nove concelhos da região de Lisboa e Vale do Tejo
Os níveis de concentração de ozônio no ar ultrapassaram esta sexta-feira os valores a partir dos quais se tornam nocivos para a saúde em nove concelhos da região de Lisboa e Vale do Tejo.
O valor limite da concentração de ozônio a partir do qual tem que ser emitido um aviso à população é de 180 microgramas por metro cúbico de ar.
Na cidade de Lisboa o ozônio subiu para lá dos valores normais em três distintas zonas: o Restelo, com valores entre as 212 e as 257 microgramas das 14:00 às 18:00, o Beato, com valores entre os 201 e os 222 microgramas das 14:00 às 17:00, e os Olivais, onde se registraram valores entre os 223 e os 226 microgramas das 15:00 às 17:00.
Não quero nem saber se essas zonas estão longe de Campolide ou não. Insisto em não sair de casa. E protetor solar fator 45 no lugar de hidratante.
Onda de Calor
Ontem (sexta-feira) chegamos aos 43 graus em Lisboa. Sabe lá o que são 43 graus?
CALOR BATE RECORDES E PROVOCA ALERTA
Não foi apenas aqui ou ali. Em praticamente toda a zona Sul do País os máximos históricos da temperatura foram ontem batidos. Em Lisboa, na estação do Aeroporto, registaram-se 43º, o valor mais alto dos últimos 130 anos (desde que há medições).
A Norte do Tejo, onde a brisa soprou mais fresca, a excepção foi Coimbra, com 40,3 graus.
Os 47,3 graus de máxima verificados na Amareleja (Alentejo) surpreenderam, mas não causaram menos surpresa os 44,5º em Tomar ou os 45º em Beja, às 16h00.
Às 16h00, 32 estações de medição do Instituto de Meteorologia (IM) marcavam valores superiores a 40 graus. Em 17 a temperatura excedia 42º e em oito ultrapassava os 44º. “Uma situação anormal, que terá de ser analisada”, admitia, ao final da tarde, o técnico de serviço do IM, adiantando que a onda de calor vai continuar durante a próxima semana.
Momento Portugal Moderno 1
O Sr.Machado de Assis ao telefone.
Evidentemente que ri um pouco com o deslize dos serviços municipais de Lisboa quando em um dos blogs portugueses que leio diariamente, encontro a história: o autor do blog, que trabalha na editora Dom Quixote, recebeu um cartão pessoal assinado pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Pedro Santana Lopes, enviado pelo seu próprio Gabinete, agradecendo (com toda a simpatia) o envio do romance "Dom Casmurro", da autoria, como se sabe, do escritor brasileiro Machado de Assis (nascido em 1839 - falecido em 1908). Tudo isto seria normal e não mereceria outros comentários se o envelope não viesse dirigido ao... "Exmº. Senhor Machado de Assis, ao c/ das Publicações Dom Quixote, em Lisboa".
Momento Portugal Moderno 2
O mesmo senhor Santana Lopes, admitiu ontem na mídia, a criação de locais para o exercício da prostituição; um ‘mal menor’ que permitiria retirar as prostitutas das ruas, uma vez que a lei portuguesa impede o fim da atividade. A lei não criminaliza a atividade mas a sua exploração. Ou seja, uma prostituta não pode ser presa, só o seu gigolô.
Será a volta dos bordéis? Até 1963 eles eram estabelecimentos legais em Portugal.
Vou acompanhar a discussão. Promete ser interessante. Será que as Mães de Bragança vão voltar a fazer abaixo-assinados? Aguardem...
Momento Estou em Portugal
Leio no Jornal da Bairrada online.
Paixão pelo Mercedes até à hora da morte
Um carpinteiro aposentado residente em Ílhavo está pronto para levar a sua paixão pelo Mercedes 220 CDI às últimas consequências.
José Gomes, de 69 anos, construiu com as suas mãos o caixão em que quer ser enterrado, e que é uma réplica do carro com que vai dando, em vida, as suas passeatas.
"Está pronto a partir para o outro mundo, mas quanto mais tarde, melhor!", diz sorrindo José Gomes, ao mostrar à Agência Lusa o aprimorado caixão em forma de automóvel, construído nas melhores madeiras exóticas, pacientemente, ao longo de quase um ano.
"É pequeno por fora, mas espaçoso por dentro", ironiza o carpinteiro, mostrando o "habitáculo" da obra de arte, ou, como ele prefere dizer, "o confortável lugar do morto".
Na fúnebre réplica automóvel, cujas matrículas se associam às iniciais do futuro "passageiro" e à sua data de nascimento, espelham-se todos os pormenores do genuíno Mercedes que está na garagem mesmo ao lado.
Não faltam sequer a estrela-logotipo da marca alemã e as jantes de cinco raios. Só os faróis são um tudo-nada mais achatados porque, afinal, se trata de um "monolugar" a metade do comprimento do original e um terço da largura, justifica o sexagenário carpinteiro.
José Gomes diverte-se com os horrores alheios suscitados pelo seu caixão, chega mesmo a instigá-los, falando com gozo de espaço interior suficiente para montar "airbags", e reage com indiferença aos rótulos de "excêntrico" com que admite ser brindado.
Agora e na hora da sua morte, o importante para ele é que possa ir "desta para melhor" como sempre desejou: "em grande estilo" numa réplica do automóvel que sempre desejara e que conseguiu ter.
O homem que alimenta este capricho nasceu em 1933, no meio das dificuldades de uma família paupérrima e desavinda constituída por um tamanqueiro e uma peixeira.
Mal concluiu a instrução primária, entregou-se ao mundo do trabalho, começando como ferreiro para se fixar, pouco depois, na profissão de carpinteiro.
Casou aos 22 anos e uma década depois, já com três filhos e muitas dificuldades para os sustentar, decidiu "dar o salto", emigrando clandestinamente para França.
Regressou 18 meses depois, tripulando uma frágil motorizada com motor de 50 centímetros cúbicos, numa odisseia sobre rodas de mais de 1.500 quilómetros. No bolso trazia "umas parcas economias" que usou para montar a sua primeira carpintaria, tendo como "sócia" a vontade de vencer.
Aos 35 anos lançou outra carpintaria, que viria a expandir-se e que entregou aos três filhos, 20 anos depois, já com nove empregados e um bom volume de negócios.
A partir dessa altura, o tempo começou a sobrar, então, para talhar com o seu machado as tábuas do seu caixão: o primeiro e único que construiu ao longo da sua vida profissional, depois de um cliente lhe elogiar os dotes criativos no trabalho com a madeira.
Concluída a tarefa, divide-se agora entre as "futeboladas" com os amigos, a saltada à praia e a espera, que deseja longa, pelo dia em que levará a paixão ao limite, deitado no caixão viatura, em campa rasa do cemitério de Ílhavo, numa via só para si e "sem problemas de trânsito".
Momento Cibernético
Quem lembra dos desenhos animados da Warner Bors. (Coiote e do Beep Beep, Pernalonga, etc) lembra da famosa companhia ACME, que vendia de tudo. Pois bem, sua intrépida redatora localizou o catálogo online da empresa. http://home.nc.rr.com/tuco/looney/acme.html
Divirtam-se!
That’s all folks. :-)